quinta-feira, 29 de março de 2012

Éden

Eu busco meu caminho.
Eu busco meu caminho para algo melhor.
Eu fico atento.
Eu fico atento para algo melhor.
Eu planto as sementes.
Eu planto as sementes que considero serem verdadeiras.
Mas um espinho... Um espinho de uma flor da semente que plantei,
agora me feri profundamente, eu simplesmente sangro.
Sangro sem conseguir estancar.
Quando a semente que você mesmo plantou se torna uma flor
que te feri, realmente há algo errado.
E eu só queria admirar um belo jardim.
Acreditava no Éden, que hoje me parece desmatado, em chamas.
Onde foram parar aquelas belas árvores onde eu ficava sentado
aproveitando a sombra?
Talvez seja eu um mal observador.
Talvez nunca existiu esse jardim fora da minha cabeça.
Tenho que aceitar a paisagem como ela é.
E deixar de lado essa vontade de ver uma flor sem espinhos.
Um Éden sem serpentes.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Por onde andarão Iara e o Boto?

"O romantismo está fora de moda"
ouvi da boca da recente garota que conheci.
Estranho, eu achar que não, estranho eu cada vez mais achar
que ela está certa.
Tenho visto só carnes expostas, é tão simples.
Ir lá, pegar e dar o fora.
Lembrei da minha ultima namorada, e parece que
foi a ultima garota que conheci.
Hoje ela já nem parece existir mais, ainda nos falamos mas,
parece que ela simplesmente sumiu no dia em que terminei o
namoro e a vi me dando as costas e andando de volta para sua casa.
Me sinto como aquelas crianças que usam boias nos braços para
não afundar e só nadar na superfície.
Nada mais parece ter profundidade, todos parecem só querer ficar
no raso. Medo de se afogar?
Sei lá. Começo a perder a fé de que um dia poderei mergulhar novamente.
É legal no começo, as vezes... Só um lance casual e sem mais preocupações.
Mas sempre a mesma coisa...
Na verdade sinto falta de quase me afogar, perder o fôlego achar que vou
morrer e esse tipo de coisa que a gente sobrevive pra contar.
Perde o sentido quando o casual se torna uma rotina.
Não que sempre devemos conhecer o nome de cada parente antes de
ir pra cama, longe de mim fazer apologia ao sexo pós-casamento.
Mas é estranho que o sexo esteja deixando de ser algo íntimo,
parece que as pessoas tem vergonha é de se deixarem conhecer.
Ando pensando em parar de me debater tentando mergulhar e
simplesmente ir na correnteza e respirar facilmente.
Mas confesso sentir falta de olhar o fundo do mar.
Por onde andarão Iara e o Boto?