segunda-feira, 13 de junho de 2011

Palavras ao vento...

Sabe aquelas coisas que você precisa falar, mas de alguma forma
soam estranhas quando ditas?
Coisas que eu gostaria de falar, mas não soube como...

Madrugada em claro.

Madrugada, faz com que me perca mais uma vez em pensamentos incontroláveis.
Algumas lembranças de momentos que fazem com que eu queira voltar no tempo...
"Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias,
é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado."¹

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nothing man.

E ele vaga por ruas vazias, frio e calmo, indiferente a tudo.
Ar de alguém perigoso, não por querer algo, mas pelo fato
de não ter nada a perder, isso sim, vai além.
Com seu rosto coberto, como quem esconde muitas coisas.
Pecados cometidos, promessas quebradas, desejos não realizados.
Quem seria tão inexistente assim, tão dispensável?
Nem lágrimas ou sorrisos, não ri e nem chora.
Anda devagar, de cabeça para o chão, parece cansado para tudo.
Tudo já foi divido, não há mais nada para subtrair.O presente nada mais é que o reflexo do seu passado,
e o futuro uma ilusão desiludida.
Disse que já havia contado várias histórias, mas ninguém acreditara.
Por isso não valia mais a pena abrir a boca, o seu silêncio respondia.
Mesmo quando dizia estar preso, todos o chamavam de louco, pois ele estava
ali, no meio da rua, exposto a tudo.
Ele só quer esquecer tudo o que vê, sua dor é está destinado a se lembrar
ao ver qualquer coisa, por mais boba que seja.
Só parece longe demais, longe de qualquer lugar que ele não queira ir.
Carrega algumas velhas fotos, que nem sequer olha, não precisa mais.
Uma vida passada, tudo tão diferente.
Parado estático, não quer cometer mais erros, e por que?
Impossível não cometer erros, ele está sendo idiota novamente.
Pior do que não conseguir fazer algo, é a falta de motivação. 
Nós temos a noite toda para sermos felizes, apenas sinta o ar.
Depois de tanto tempo não existe sentido para mentir, nada mais importa.
Nem sei se será pra sempre, mas nada mudou até hoje.
Não importa o quanto ande, sempre estará perdido assim, dentro de sí mesmo.
Seja lá o que o trouxe até aqui, valeu a pena?

Segunda Pessoa.

E chegou o grande dia, quando você resolveu acordar.
Você acabou com esse maldito conto de fadas que me fez acreditar.
E por que quando eu quis partir você me trouxe de volta?
Para partir e me deixar só novamente, completamente só.
E agora tenho que trilhar meus própios passos, sem direção.
Afinal o que você achava que iria acontecer?
Você me disse para seguir em frente, e ficou para trás.
Está se movendo rápido demais para mim, não consigo acompanhar você.
Talvez se você diminuisse o passo pra mim eu pudesse ver,
que você só está dizendo mentiras, mentiras, mentiras...
Nos separando com suas mentiras, contos, lendas, nada mais.
Quando você vai aprender?
Agora já não há mais nada a temer, pois Ele está comigo.
Perfeito, puro, simplesmente me deu o que ninguém poderia me dar.
A paz que você robou de mim.
E ainda achou que eu iria voltar pra isso, a esse seu caos?
Eu não posso fazer isso comigo mesma, não mereço.
Nem lua ou sol, tudo simplesmente se foi, nada mais me abala.
Não que esteja triste ou alegre, simplesmente não sinto mais nada.
Eu nem ao menos sei se te verei de novo afinal.
Isso pelo menos é uma opção que ainda temos?
Tudo se foi, e não sei para onde, era uma vez...
Tudo se arruma se você deixar acontecer.
Eu fui de alguma forma, porque era isso que você esperava.
Eu vou de alguma forma porque estou recebendo uma mensagem do Senhor.
Estou mais perto de mim, e de qualquer lugar, do que jamais estive.
Você tem o direito de sonhar, mas não me faça mais dormir.
Só espero que você possa caminhar dessa vez, com sua próprias pernas e dizer :
E chegou o grande dia, quando você resolveu acordar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Primeira Pessoa.

Não posso esperar para sempre, você disse , nós pensamos.

Antes de se levantar, olhou-me nos olhos, e me disse para ir embora.
Você não vai me desapontar dessa vez, infelizmente...
Posso fazer isso sozinho, eu preciso ir, deixar disso.
Mas estou feliz que você tenha vindo até mim, por nos falarmos.
E agora, se não se importa...
Vá, vá e liberte-se ao mesmo tempo.
Eu não entendo, parece tão distante dessa vez, e você já se foi.
E eu espero que se sinta melhor agora que está fora.
O que te levou para tão longe da nossa realidade?
A verdade tinha o hábito de sair de sua boca, mas é difícil para que eu
assimile dessa vez, talvez porque eu não queira acreditar.
Mas agora que isso veio vejo que ainda estou perdido.
Se não se importa
Vá, vá e agrade a si mesma ao mesmo tempo.
Vá, vá para o seu real mundo, tão distante desse meu planeta condenado.
Nada disso nos importa mais, eu sei o quanto você está bem.
Só fiz lhe tirar do céu e jogar na terra, não quero corrompe-la.
Estou sobrevivendo, rezando para voltar a viver novamente.
Onde eu estava quando te encontrei, nas nuvens ou no asfalto?
As vezes fecho os olhos para tentar achar outra vez o lugar.
Não importa onde vá, não posso fugir de mim mesmo.
E isso está aqui, batendo cada vez mais forte, insuportável.
Se não se importa
Vá, vá e sorria para todos.
Vá, vá diga que nunca esteve tão feliz.
Minha cabeça está me traindo com você, quando durmo.
O que não sei fazer é parar com isso, quando eu lhe disse adeus.
Como foi? O que você fez para curar essa doença?
Acontece naturalmente ou há uma forma de se livrar?
Talvez um dia acordar e você terá ido definitivamente.
Me pergunto quanto tempo isso irá permanecer sobre mim, dentro de mim.
Não posso esperar para sempre, você disse , nós pensamos.

Terceira Pessoa

Todos nós temos nosso calcanhar de aquiles, o ponto fraco.
Por mais forte que tentamos parecer, no fundo algo nos afeta em cheio.
É verdade que somos feito de carne, e temos que viver como se fôssemos de ferro.
Alguns remediam isso com o lado espiritual, outros com o lado carnal.
Cada um a sua maneira, uns bebem para esquecer outros para lembrar.
Ele buscava ambos, como se podesse sorrir em meio a desgraça.
Se escondia em mistérios subentendidos e risos fáceis.
Enquanto o próximo copo surgia mais convidativo que o anterior.
Acendia um cigarro, como se a fumaça fosse levar embora sua dor.
Sóbrio, cada lembrança era um golpe de navalha, ele só deixava sangrar.
Entorpecido, era como ler um drama, que ironicamente era parecido com sua vida.
Embriagado não precisava fugir de nada, aceitava, ria e chorava, e depois passava.
Era como se tudo ficasse mais romantico e menos autodestrutivo.
Fechar os olhos era mais fácil, e era isso que ele buscava naquele bar, um descanço.
Domingo ir a igreja para ouvir umas palavras de conforto, e então pensar que
alguém sofreu mais que ele, para mostrá-lo que nada vem sem esforço algum.
Esse pensamento rondava sua cabeça, de repente sua dor era insignificante.
Até vir a segunda-feira, e sua rotina voltar a massacrá-lo ferozmente.
Em meio a suor e esforço, aquele sorriso vinha em sua mente, mais uma vez ele
fraquejava, e sentia um peso no peito, o peso de não poder suportar isso.
Não era uma simples questão, nem uma questão de vida ou morte, isso era
complicado demais para se encaixar em qualquer quesito.
Dilemas como a mente e o corpo, o divino e o humano, o "certo" e o "errado".
Ele não sabia o que fazer, e essa impotência era que o findava.
Jurava para sí mesmo que se soubesse como, já o teria feito sem refutar.
Precisava aliviar sua dor, então qualquer corpo feminino sem rosto era bem-vindo,
só alguém que substituísse o cigarro, a bebida ou o sermão do padre na sua cabeça,
nada mais, usava e era usado, para uma perspicaz amnésia.
Sabia que esquecer era difícil demais, quase dois anos de tentativas frustadas.
Sua mágoa era perceber que sentia falta até do que jurava não gostar, tudo faltava.
Observava o mar, onda por onda a bater na areia, o tempo passava dessa forma.
Ela havia passado dessa forma, como uma onda, que agora se transformou em um
rio cheio de correnteza, quase impossível de se mergulhar.
Achou que isso deveria ser o tal amor, do qual ouvia muito se falar.
E isso só piorava as coisas para ele, que nessa altura chegou a pensar:
"A diferença entre gostar, estar apaixonado e amar, é a mesma diferença entre
agora, por enquanto e para sempre."
Todos nós temos nosso calcanhar de aquiles, o ponto fraco.

terça-feira, 7 de junho de 2011

As pedras da Babilônia.

Bem é verdade, não sei onde estou indo.
Mas sei que sigo em meu caminho...
Enquanto você me critíca, com análizes, observações idiotas
e piadas infâmes, eu continuo no meu próprio caminho.
De que vale seus pensamentos que não se refletem em ações?
Observar o outro e julgar cada passo, enquanto você está ai parado,
deve ser isso, porque você está parado.
Se quiser caminhar, olhe pro chão e não tropece em pedras bobas,
olhe pra frente, à sua frente e pare de olhar só para os lado.
Não tente me seguir, meu caminho não é certo, por vezes me perco.
Mas a diferença está em querer chegar, por trilhas falsas ou caminhos prontos
você só está tão perdido quanto julga que estou.
Em nossa selva, cada suspiro chama a atenção dos animais, loucos para
nos atacar, mas fique tranquilo, eu não me darei por vencido antes da batalha.
Eu só quero chegar no meu destino, se você só está aqui para colocar mais
uma pedra no meu caminho, por favor não perca seu tempo.
Eu estarei prestando atenção, por mais que eu tropece, a certeza de que
preciso me levantar já está em minha cabeça, antes mesmo de você tentar isso.
Como você vai chegar à algum lugar, o saco de pedras torna tudo mais pesado,
e a preocupação em colocá-las no caminho dos outros faz você perder mais
tempo, que já é curto e imprevisto, nunca se sabe se chegaremos onde queremos.
Deixe-me com as pedras naturais que já estão à minha frente, e preocupe-se
com o seu caminho, por favor, é um favor que você faz para mim e para você mesmo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O ultimo romântico.

Os lugares por onde andei, os caminhos que trilhei,
São maiores que a distância entre seus olhos.
Mesmo assim insisto em permanecer nesse meio espaço.
E por que? o que faz com que me perca nesse lugar?
Minha vida nunca teve fronteiras, nunca me ative à um lugar.
Os muros nunca me separaram ou me impediram de chegar,
onde quer que eu queira ir, eu vou, sem medo.
Mas minha liberdade tem me prendido, quando não quero ser livre.
Estou sob holofotes, que não quero, queria estar em um canto qualquer.
Queria apenas estar em um canto qualquer com você.
Eu cansei disso, eu falei demais, mas ainda não é o suficiente.
Eu sei, eu quero, mas não consigo compreender.
Como uma alma livre assim pode se ater de repente.
Ela quer estar fora do corpo assim, teimosa como fui.
Eu te vejo assim, linda, nua e um pouco tímida,
então ficamos minha alma e eu, tentando entender,
como o espírito entra nessa história, afinal de contas,
o amor é tão carnal, tão humano.
Nessas horas eu sinto que minha religião de nada vale,
quando adoro alguém tão imperfeito em suas qualidades divinas.
Eu pensei ter ouvido você rindo, sinal de quê ainda há algo de bom.
Eu queria saber, se eu posso ainda te fazer rir assim, por que parece
tão difícil ficarmos juntos?
Escolho algumas confissões, todas parecem tolas demais, demais...
Você não entenderia, e quem iria entender, que um homem que vê tudo,
pode ficar cego e perdido, mesmo estando em casa?
Engraçado como você nem existe, não foi um sonho, foi real.
Mas você foi só uma fantasia, que se vestiu, e nosso carnaval passou.
Agora eu nem te reconheço fora da minha cabeça.
Como o mais fiel cristão eu espero a sua volta, sua redenção.
Apesar de perder a cada dia mais a minha fé, em algum lugar,
existe aquele silêncio que percebia em seus olhos.
Eu cansei disso, eu falei demais, mas ainda não é o suficiente.