sexta-feira, 29 de abril de 2011

Relacinamento x Sentimento

Preste atenção, não sou do tipo que sai distribuindo "eu te amos" pela rua.
Nem sou tão "meigo", ou tão "fofo", talvez seja um defeito?!
Mas se eu tentar fechar minha mente, por favor mantenha-a aberta.
Se eu quiser ser sincero e ficar sério, tenha cuidado.
Muitas pessoa querem honestidade, mas poucas a praticam,
e menos ainda estão preparadas para ela.
Pessoas com muitas peças soltas, esperando alguém que tenha uma forma
de juntá-las, pedaço por pedaço, isso seria o ideal.
E quando parecer insuportável, lembre que não precisa ser tão sério.
Quando se para de rir junto as bocas se fecham umas para as outras.
Não queira um sentimento mendigo, não esmole um carinho, isso é
deprimente, esperar que lhe alimente e viver de migalhas.
Perceba que vale a pena quando tão perto, não importa o quão distante.
Cada dia que passa a mesma coisa, mas sempre algo novo.
Confiança é mínimo e o máximo que se pode querer em troca.
A necessidade e a expectativa demasiadas podem estragar tudo.
Apenas segurar a mão e sair por ai, pra onde?
Não importa.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Singularmente Pluralizado.


O cheiro de cigarro, o gosto de café.
A nostalgia e as vezes a adrenalina.
As ruas cheias e a casa vazia.
O caminhar na praça e as corridas no boteco.
As apostas e as conversas engraçadas.
O riso fácil e a melancolia sobreposta.
O violão com a rede na sacada, a guitarra na sala.
O cabelo ao vento, com a travessa presa na cabeça.
As bocas abertas e o coração fechado.
As vezes bocas fechadas e coração aberto.
O silêncio do interior e a agitação da cidade.
A nostalgia da memória cheia com a ansiosidade de algo novo.
As nuvens carregadas e o céu limpo e azul.
O vento forte e o barulho das ondas quebrando.
A firmeza do asfalto e a maciez da terra no pé.
O toque suave da lua e o ardor do sol.
As folhas caindo e os pássaros voando.
O ser e o não ser, é a questão e sem questão de ser.
A certeza sem prova, a dúvida sem questionamento.
O crente sem fé e o ateu com esperança.
A ilusão real e a verdade sem sonho.
O ir sem chegar, o fim sem começo.
O dia escuro e a noite clara.
 A vontade sem motivo.
"Eu sou, eu fui e eu vou..."

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Observar e Sentir.

Lá estava, como um cego que por algum motivo havia voltado a enchergar.
Sentindo algo estranhamente confortável, como uma sombra no deserto.
Mas sentindo o frio na barriga de estar andando em direção a um abismo.
Olhos no escuro, sentir o gosto da cor vermelha na boca...
Era quase um alívio saber que ainda estava vivo.
Na verdade estava cansado e com sede, estava correndo a tempos.
E o tempo estava correndo, como que fugindo e escapando.
Desperdiçando o brilho como estrelas em um universo escuro.
Algumas pessoa podem ver esse brilho nas sombras, poucas.
E nada guiando o caminho, estava perdido, sem rumo.
Tudo o que é fazia parte, do sofá ao barulho.
Nada parecia ter nexo, mas se encaixava quase que perfeitamente.
Ainda que fora de contexto, mas deveria acontecer e aconteceu.
Era quase invitável, uma atração, quase inevitável.
Só bastava acreditar, só bastava fechar os olhos para ver.
Sem saber se estava acordando ou indo dormir, não faz diferença.
O pássaro cantou na janela, não teve como evitar abrí-la.
Um canto comum, mas que tocou profundamente, não se sabe.
E até quando vai estar com a janela aberta, e o pássaro a cantar?
Pouco importa  já lançou seu canto suave vermelho.
Olhos e ouvidos atentos, observar e sentir.

Ceticismo

Por que tão sério?
Engraçado como as pessoas lembram o que queriam esquecer,
ou esquecem o que gostariam de lembrar.
Algumas reclaman por não ter o que fazer, mas quando o telefone toca
preferem mandar dizer que não estão em casa.
Preferem assistir e pagar para ver um jogo de futebol do que ir jogar.
Sair por ai enchendo a cara à se olhar no espelho e encarar o problema.
Se masturbam trancadas no banheiro e dizem que querem casar virgens.
Ouço pessoas falando em liberdade e igualdade, ao mesmo tempo que
apontam vícios e defeitos umas nas outras.
Pessoas indo a igreja incapazes de olhar na cara do própio filho e ver
que ele tá afim de sair pra curtir com os amigos.
O inferno são os outros, nunca somos nós mesmo.
"Palavras são erros e os erros são seus, não quero lembrar que eu erro..."
Querem sair por ai matando umas as outras e a culpa umas nas outras.
Bullying virou desculpa de psicopata, covardes mesquinhos como nós,
quando não assumimos que o problema é nosso.
Uma espécie de peidei mas não fui eu.
Pessoas que se mataram, acordam sem motivo, olham pela janela, saem por ai
deprimidas e comprando cada anúncio idiota que aparece, pra satisfazer seu
vazio estado de medíocridade.
Colocamos muralhas em nossa volta por medo de arriscar e experimentar a dor.
Medo até de amar, de se desiludir, daqui a pouco mal vamos nos cumprimentar.
Tudo se torna frustação, tudo se resume em um pânico da perca de controlhe.
Ninguém mais percebe que viver é deixar viver?
O medo de morrer vai fazer todos ficarem trancados em casa rezando?
Quando você vai parar de lamentar não ter o que queria e começar a ser
o que você queria ser?
Espere então o próximo comercial para decidir qual o próximo corte de cabelo,
o próximo corpo perfeito. 
Então espere decidirem para você a próxima tendência a ser seguida....

terça-feira, 26 de abril de 2011

Expectorante

Voltando pra casa, sempre que prestamos atenção existe uma lição.
Fomos com esperanças e medo de frustações.
Andando na chuva, sempre caminhamos demais em Capanema,
estávamos acostumados a querer sair do lugar parados.
Lá a história tende a nos contradizer, correr atrás de tudo.
Cabos, instrumentos, amigos, garotas, expectorantes para
limpar nossos peitos cheios de impurezas.
Sempre bom voltar aquele lugar, rever e conhecer novas aventuras.
O ruim é ficar em casa, a casa que nos recebe de
punhos fechados e bocas abertar demais.
Aqueles olhares acusadores, de quem está esperando uma falha.
Como um reporter á espera de um novo furo para seu jornal.
Mas lá estávamos, seja fugindo na madrugada fria ou com a
polícia batendo na porta querendo conter nossa diversão.
De volta com os olhos vermelhos e a cabeça fora do lugar.
Encontrar todas aquelas pessoas estranhas nos olhando,
algumas querendo ouvir, outras querendo falar.
Mas não importa, ainda somos um tripé de um microfone amplificado.
E é um alivío conseguir respirar depois daquelas noites, agora até
parece mais fácil, nos sentimos renovados porém não convertidos.
E a lição?
Todos são culpados até que se prove o contrário.

Encontros e Desencontros

Então é isso, as coisas quase sempre ou nunca saem como queremos.
Destino, se é que você acredita, simplesmente nãos está em nossas mãos.
Mas isso não é algo mal assim, afinal sem controlhe é mais natural e real.
Algumas ligações de celular marcam encontros e desencontros.
Mas o mais foda não são as vozes, ouvir é bom para acalmar, mas nada
comparado aquele olhar, esse olhar que faz a gente sentir saudade.
Como se fosse um portal para um buraco negro chamado alma.
Cheio de caos, mistérios e outras dimensões difíceis de acreditar.
A conversa sempre ótima, mas o encontro as vezes nos deixa sem palavras.
Tudo nesse instante se traduz em um abraço, um pequeno espaço, o máximo
que dois corpos podem ter da ilusão de ocuparem o mesmo espaço.
A fina linha entre o sonho e a realidade, sempre tende a prevalecer a realidade.
Acontecer no tempo certo, levar as coisas boas para se afirmar e as coisas más
para se preservar, conservar o medo sem se esvair da alegria.
Levando tudo de forma leve, sem o pesar do "apesar" de tempos atrás.
Só sorrir de volta, por não existir outra forma mais sincera de expressar esses
momentos bons, que melhor que não sejam todos os dias, sejam sempre únicos.
Talvez seja só mais um livro na sua cabeceira, mas não creio que uma leitura
obrigatória, afinal aqueles dias não foram ócios do seu ofício.
Ela não usa máscara, só aquele batom vermelho, aquele batom vermelho...
Que dividia meu desejo entre seus lábios num abraço ou puxando seu cabelo.
Quando descobri que desejo e admiração se completam, é foda...
Ainda ouvi uma proposta de um par perfeito, sentado na calçada, uma história
que no fim eles não acabavam juntos, em frente ao colégio.
Mas em mim, em algum lugar ainda está a marca daquele batom vermelho.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mais uma conversa... (O Limite)

Mais uma vez ele me liga falando nela.
Quer se entregar por inteiro, mas ela se satisfáz com alguns centímetros.
Não é somente saudade, é uma crise de abstinência.
Sentimento não é algo que se possa adestrar, feliz ou infelizmente.
Tendo as paredes como testemunhas de uma tentativa de exorcismo emocional.
Com o silêncio que ainda alimenta sua esperança.
Qualquer gota de água parece um Tsunami.
À flor-da-pele, mas sem pétalas, só restaram os espinhos.
Com a mão nos olhos depois de tanto tempo no escuro já se tem medo da luz.
Difícil é ser livre quando se você mesmo se prende.
Percebemos o armargo gosto da angústia, quando o natural se torna obrigação,
quando o desejo se torna ciúme, quando o amor se torna sofrimento.
Especulações e histórias que só existem na nossa cabeça.
Esperando por um fato que justifique alguma ação,
como quem espera uma bala perdida lhe achar.
Vai ser sempre assim, quando não há certeza o que parece prevalece?
Não adianta ficar se lamentando, de cada passo é que se percorre um caminho,
mais rápido ou mais devagar depende de você.
 Quando nos entregamos com essa intensidade a alguém,
damos a essa pessoa o controlhe, nos construir ou nos destruir.
Nada seria tão emocionante se não houvessem riscos.
O que se ganha com a indiferença?
A calmaria vêm dessa sensação de vazio.
Corra! ande, rasteje, para frente ou para trás, mas ficar parado
é está estágnado, e não foi esse o problema?
Assim como não há fim sem antes um começo, não há começo sem fim.
A idéia que ainda está na sua cabeça é de falar a ela :
O que você me pediu e eu não pude fazer, eu te perdi, mas você não me perdeu.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Refletindo sobre a personalidade.

Me perdoe por não acreditar em disco voador, não dar a mínima se existem
seres extra-terrestres, ou se tem algo no universo.
Têm coisas que simplesmente não acho lá tão relevantes, não que as ingnore,
mas dou a devida importância de alguém que não morre por isso.
Ou não morre por nada, a propósito tinha dúvidas sobre vida após a morte,
hoje simplesmente não ligo pra morte, viver é mais preocupante.
Queria que você procura-se não julgar e sim tentar entender, ou pelo menos
não me crucificar, não sou nenhum mártir, nem apoio causas.
Cansei de ver pessoas levantando bandeiras só para sair na foto.
A verdade é que ninguém sabe nada de ninguém, não importa o quão tempo,
ou o quanto se estude ou fofoque sobre aquela pessoa.
Geralmente somos aquilo que queremos mostrar, só pessoas muito destraídas
ou muito falsas não fazem isso, mas ninguém é vilão ou herói nisso.
Cada um com suas razões, ou sem razão, mas cada um com seu "porque" ou
seu "como" segue fazendo aquilo que faz.
E fazer o quê?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Down

Sim estou longe e perto, e tudo em volta parece estar deserto.
Esse silêncio ainda fica aqui dentro, guardado a sete palmos e se remoendo.
É, não dá pra falar o que não se sabe explicar, mas boca fechada não basta pra calar...
Nunca se diz "tudo bem" e fica por isso mesmo, é bobagem sair de tudo ileso.
Não precisa me ouvir gritar, cabeça encostada na parede é pra consolar.
Algumas lágrimas já satisfazem a dor, sem grande esforço aos olhos curou...

Mão na cabeça...

Vejo o meu reflexo no fundo de mais um copo.
Novamente um blues tocando pra acompanhar um babaca sentimental.
Só mais uma nova versão de uma velha histótia.
Cantando o que ninguém quer ouvir, ou já está de saco cheio.
Esse semblante de derrota já fica clichê, idiota demais.
Mão na cabeça, como se estivesse com medo de ser flagrado.
Por que continuar assim se nada resta quando acaba?
Vou saciar teu ego com minhas loucuras, isso que te faz sentir melhor.
Repulsa do espelho, que não me mostra nada novo.
Pegue suas mágoas e dê o fora, é um peso desnecessário.
Ninguém paga pra ouvir lamentações fúteis e egocêntricas.
Me deixe com meus pecados que não quero confessar.
Que mil raios partam, qualquer sentido vago de razão.
Sua inocência que não me agrada, seu lixo extraordinário.
Não quero mais um refrão de bolero, já fui sincero como não se pode ser.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sem querer querendo...


Engraçado como gostamos do que temos, mas sempre parecemos valorizar
 mais aquilo que ainda desejamos.
 E a satisfação tem o gosto amargo de fim-da-vontade, da busca...
Como gatos, que nunca parecem querer carinho quando queremos pegá-los, agradá-los...
e quando estamos de saco cheio eles aparecem cheios de manha pro nosso lado...
Li que os homens e os gatos possuem a mesma região do cérebro responsável
pelas emoções, ai é foda... esse querer não querendo, ou não querer querendo é
algo tão familiar... Quase natural, embora na maioria dos casos pareça algo forçado.
E muitas vezes queremos sumir, sem ninguém saber, e do nada voltar,
como se nada tivesse acontecido, e não acontece isso?!
O cão pode ser o melhor amigo do homem, mas é pura inveja do fiel companheiro,
sempre disposto à sentar e rolar pelo chão por uma mão acariciando,
ou dando uma certa segurança. Mas os gatos parecem estar nem aí pra isso.
Bom pra eles :)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mais uma vez.

Se você está lendo isso significa que novamente tornei a ter coragem para escrever.
Há algo que me inquieta, que me traz de volta às palavras que aqui uso mais uma vez...
Respirar, sentir esse ar é mais perceptível que sentir o coração bater no peito.
Vejo as coisas, à minha frente, mas ainda me sinto como um cego em um quarto escuro,
nada que faça diferença, mas é estranho.
Mulheres, elas complicam e simplificam as coisas, e não adianta perder tempo tentando decifrar segredos,
bastando prestar atenção no por quê do mistério.
Para sentir não precisa fechar os olhos, mas assim é mais emocionante.
O medo não precisa ser algo negativo, apenas saber explicá-lo para assim,
reconhecendo-o, mais uma vez vencê-lo e rir depois.
O dia amanhece, acordar e ter algo para fazer mais uma vez.

sábado, 9 de abril de 2011

Tic-Tac...

O tempo e suas previsões, máximas e mínimas, pancadas de chuva ou céu claro dependendo da região...
Expectativas e frustações, aprendizados e seus erros insistentes, horas certas e erradas, sua pressa e seu atraso....
O que escapa e o que está ao nosso controlhe?
O tempo e sua inerência ao ser humano, somos capazes de reconhecer e organizar a ocorrência dos eventos percebidos pelos nossos sentidos?
Em verdade vos digo caríssimos irmãos e irmãs, nossos sentidos estão aguçados na arte de nos enganar com percepções quase sempre distorcidas da realidade.
Fato é que não sabendo definí-lo, tomamos por aceitar através de um louco-gênio a sua relatividade, e daí interpretarmos o mesmo da maneira que nos convêm, mas obedecendo suas regras sobrepostas.
Olhando números e nos iludindo ter seu controlhe, ou olhando para o céu fingindo perceber sua mudança, tenhamos consciência de que é ele que nos domina, afinal estamos a séculos sendo bons samaritanos subordinados.
Se a vida é o dever que trouxemos para fazer em casa, o tempo seria aquele professor particular chato que fica em cima de nós a todo momento, não nos deixando descansar enquanto a tarefa ainda não está acabada.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ósculo racional e trivial.

Bom aqui estou, em um instinto "foda-se vou falar sobre meu dia, e não um conto de fadas..." e isso basta.
No meu mundo, paralelo e refletindo esse que deveria ser o real, mas na verdade é a ilusão.
Aqui fico nú, e ninguém me prende por atentado ao pudor, livre de frescuras hipócritas e preconceitos.
Um lugar fora da minha cabeça, mas que exista tudo que nela está contida, quase exatamente.
Psicografando a minha alma, talvez tentando enchergá-la, crer que ela exista em algum lugar.
Como um soco no coração, e um carinho na razão, e quê, razão? isso seria a loucura da minha lucidez.
Cansado desse egocentrismo e censura de pessoas que odeiam discutir opiniões, talvez seja isso.
Isso que me faz ficar tempos e tempos perdido dentro de mim mesmo, tentando descobrir uma cura.
Sem compreensão a coexistência se torna mais uma utopia.
Não quero algo eterno, basta que fique na minha memória e ela o torne um "pra sempre".
Porque de nada vale uma duração sem profundidade alguma, a paixão não é uma escolha.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

!?

Talvez você entenda meus sonhos, não me entendo nem acordado. Seria estranho se não fosse tão comum...
Queria te fazer uma canção, algo interessante, mas saber ser criativo e alegre nesse caos é um dom.
Então te faço um carinho, expressando meu sentimento, e me protegendo da solidão...
Não tenhamos medo do futuro, só me faça crer que você estará aqui quando eu acordar, sonhamos juntos.
Mas as coisas boas quase sempre são imprevisíveis, mas o que poder para sorrir devemos fazer.
Sem pensar no que poderíamos ter feito, ou  faremos, só o presente pode fazer a diferença.
Mais me importa a motivação à satisfação. E é esse talvez o segredo, a motivação.
O que me fez sair do lugar, querer chegar lá, e faz tudo e nada não ter diferença.
Eu preciso te tirar sério.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Rua na madrugada vazia.

Me leve para sua casa, quero conhecer seu paraíso, pois minha alvorada hoje tarda.
Minha lua escura nada ilumina, nem o mar ou a praça do relógio.
Queria eu andar por ruas antes jamais trafegadas.
Conhecer seus interiores e sua capitais, com ar desbravador.
Ouvindo blues, ou lendo Nelson, nada mais cativante.
Me leve para sua casa, quero conhecer seu paraíso,  pois minha alvorada hoje tarda.
Só a neblima a cobrir os caminhos, nada para ver ou ouvir.
Está ficando escuro, escuro demais para ver.
Nem um simples poste a iluminar, mas percorre vozes ao silêncio.
A madrugada fria já se apresenta, minha pele sente seus efeitos.
Me leve para sua casa, quero conhecer seu paraíso, pois minha alvorada hoje tarda.
As estrelas não me mostram caminho algum, só confundem ainda mais.
E de quê ainda me resta olhar o céu se nada vejo na terra.
Procuro nessas águas a resposta, sabendo que elas só aliviam.
Nessa fumaça que me faz esvair, e enche meu pumões nada vazios.
Me leve para sua casa, quero conhecer seu paraíso, pois minha alvorada hoje tarda.
Fechando os olhos, você iria me querer perdido?
Ou melhor, rosto triste, errante e desvairado?
Ainda posso ser honesto, assim você me deseja?
Ainda quebro, ainda estou quebrado, você correria esse risco?
Nada... esqueça só um pedido, uma promessa, algo mais.
Me leve para sua casa, quero conhecer seu paraíso, pois minha alvorada hoje tarda.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O ABC das horas desordenadas.

Atravessando o dia, resistindo a velocidade do tempo ou sua demora.
A cidade se perde em sonhos mórbidos, na verdade nada é o que parece ser.
As pessoas enlouquecem calmamente, viciosamente sem prazer ou querer.
Algumas peças por achar, não sabendo onde encaixa-las.
Alterando obcessões, transformando novos costumes.
Abrindo o peito, libertando anjos e demônios internos.
Bastaram alguns dias para variar as coisas, e nada sair do lugar.
Buscando uma paz em meio ao barulho, incessante e conturbado.
Batendo cabeça com coisas simples, e complicando-as sem querer...
Banindo o própio desejo consciente, inconsciente, desatino.
Banalizando o amor, e amando banalidades.
Brigando com a calma, e o tédio de um dia agitado.
Caindo ou flutuando, sentindo o corpo sem tocar o chão.
Criando imagens, realidade se transformando em ficção.
Crenças sendo opiniões, e opiniões sendo crenças.
Cautela para não se perder, mesmo sem saber onde está.
Cuidado, abrir os olhos pode fazer você não enchergar as coisas direito.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Liberte seus olhos e abra sua mente.

Lá ela estava, uma taça de vinho na mão, sorrindo como sempre.
Olhar distraído, mas uma visão firme, de quem tudo sabe mas nada vê.
Mexeu seu cabelo, como passando perfume, exalou o salão.
Movimentos precisos e desleichados, esperta mas simplesmente não liga.
Você não pode ter sempre o que quer, mas se você tentar às vezes...
Umas banda tocava, dizendo "liberte seus olhos e abra sua mente."
Nada fazia sentido, tudo parecia fora de lugar, só ela unia todas as coisas.
Ela disse que queria dançar, agora vamos nos desligar desse mundo.
Talvez nesse momento eu tenha sonhado, não só uma dança,
eu a guardei em meus braços.
Você não pode ter sempre o que quer, mas se você tentar às vezes... 
Depois da meia-noite, nós vamos deixar tudo para fora.
Depois da meia-noite, nós vamos gritar, vamos estimular alguma ação;
Nós vamos ter alguma satisfação, descobrir tudo o que isso é.
Talvez vamos conversar e causar deconfiança, ou nos calar e deixar tudo perfeito.
Você não pode ter sempre o que quer, mas se você tentar às vezes...
Ela ainda lá sentada com seu copo de vinho, não a me esperar.
Eu também não estava a sua espera...
Parece bem mais fácil e menos doloroso fechar os olhos.
Seguir uma inércia alienada e alheia a sentimentos incontroláveis.
Mas é bom as vezes relaxar e só curtir as coisas boas, pela sua efêmeridade se tornam especiais.
Você não pode ter sempre o que quer, mas se você tentar algumas vezes, sim.
Encontrará o que precisa ou o quer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pré Epitáfio

Eu não pedi pra nascer, e tô pagando pra ver. Nem vou bancar de vítima da circunstâncias.
Não perder tempo pensando no certo ou o errado, chega de dógmas.
Cada ação feita tem sua consequência, pensar antes é o que basta.
Minha liberdade tem me oprimido, reduzindo tudo a nada.
E de quê adianta não saber o fazer?
Vou escrevendo pra tentar me entender, não só um capricho.
Cada pessoa é um livro, conteúdos a parte...
Ainda nos julgam capa por capa, o que resta é cuidar bem do encarte.
Interessante poder ler, cada auto-crítica deve ser analisada, antes de abrirmos a boca.
Não se preocupe, temos todo o tempo do mundo.
Deus está lá me esperando, quando morrer sim agradeço.
Agradecer por ter vivído do meu jeito, por poder experimentar tudo.
Sem pedir perdão, eu quis tudo, sem arrependimentos hipócritas.
Fui fiel a mim, segui meu caminho, e isso que importa.