sábado, 26 de março de 2011

Epifania

Ele disse: "O Japão está um Caos!", enquanto tomava mais um drink.
"Mesmo assim ainda estou aqui, afundando no meu mar futilidades egocêntricas..."
E ela pensou "lá vem ele com suas lamentações exageradas regadas a álcool, sobre era um vez..."
"E como nós, coitados, nascemos tarde demais pra curtir o movimento hippie ou rock n' roll anos 80."
Ou simplesmente perdemos a liberdade.
Sair na rua com os amigos para curtimos a "Bohemia", sem tantos "é perigoso demais".
Ou a graça de viver em "Don't worry, be hapy!". Tudo o que valia a pena em respirar.
E a pior parte é que ela deu razão nisso a ele... Enquanto navegava em sua página no facebook.
Bem aqui estamos, à beira do 'mundo ocidental', acidentalmente ou não.
Loucos para sentir alguma coisa, uma sensação boa qualquer.
As vezes tão desesesperados esbarrando uns nos outros, que de que vale a pena pensar na duração?
A vida passando cada vez mais rápido, perdemos o avião, o trem, o ônibus ou o amor.
Aquela visão do agora, ver um futuro abstrato, utópico, e por quê tão difícil?
Por que é tão fácil respirar sem ver, mas tão difícil ver sem respirar?
"Pegue aquilo que você mais gosta e torne sua vida". Um sentido, direção sem placas e sinal.
Sem condições de ficarmos sóbrios até o fim do dia, vivendo um letra de axé, ou pagode e etc...
"Extravasar!", fechar os olhos em meio a outras pessoas de olhos fechados,
no ritmo do esquecimento, sim, o dia pode ter sido uma droga.
Não somos mais os mesmos, e não vivemos como nossos pais, pelo menos não agora.
Mas seguimos, colocando a culpa em Deus ou no diabo por acreditarmos em finais felizes, que não acontecem.
Talvez seja só drama, pra dar uma nova dimensão, mas não quer dizer que não seja verdadeiro.
Sorrir por necessidade, como ir ao banheiro, pelo menos umas duas vezes ao dia.
Estar em meio a várias pessoas e se sentir só, todo clichê tem uma razão de ser.
Tudo parece tão frio e sólido, talvez assim caminhe a humanidade com esse planeta.
"Não vá tão longe a ponto de não encontrar o caminho de volta".
Quando finalmente sol perder o seu brilho, já estaremos acostumado com o clima.
E por último ela disse "Não precisamos parar de nos falarmos, só pare com essa insistência".

Conversando com o espelho.

Onde você está? onde você esteve?
Tentei te achar, mas onde estou não posso te encontrar.
Infinito, caindo no vácuo, nada para segurar ou asegurar. O vento, tocando a pele, o chão de estrelas, tudo.
"A arte de viver da fé, só não se sabe fé em que...".
A vida é muito chata se não tentarmos, se não arriscarmos.
Posso confiar em você? eu te conheço tanto assim?
Vamos, andar sem destino. Me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada, quando se parte rumo ao nada?
Ainda estamos inteiros, porém não intáctos, a superfície atingiu o profundo.
Se cair levanta, simples assim. Basta uma mão ou uma corda, você pode ser isso?
Estudar, você precisa estudar, só essa palavra já mexe a cabeça.
É preciso trabalhar isso.
Morrer, você tem medo de abandonar tudo? e diga algumas coisas:
Quantas vezes você já fez de algo ou alguém tudo?
Ainda é tudo? ou já passou? tudo passa certo?
E esse silêncio? ainda não passou...
Ainda estamos sentados, como sempre estivemos, não se move uma montanha por um simple pedido ok?
Você é uma montanha?
O peso parece o mesmo nesses dias, sempre há esses dias, dias vão e vem.
Você só é mais um desses Dias.

domingo, 13 de março de 2011

Deixa Rolar !?

Aumento o som do meu stereo
Que eu quero levar isso a sério.
Apago a luz e chego perto
Pra eu tentar descobrir os meus segredos.
Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia
E eu saí sem te contar que o que importa nessa vida
É só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar
E no meu corpo ainda sinto o seu perfume
O resultado do nosso confronto
E para os outros ainda fazia sentido
Eu continuava tentando insistindo.
Como em uma porta procurando a chave certa
E agora é só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar.
Sei lá tudo pode parecer estranho
Sei lá tudo pode parecer ao mesmo tempo de verdade.
Sempre tem algo que falta dizer
E pra mim parece o mesmo a você.
Imaginar o tempo estar distante de nós.
Ou nós que estamos distantes do tempo.
E tudo o que eu falei dormindo
Eu precisava acordar pra perceber
Que eu sonhava com você.
Invento artifícios para nunca te perder
Eu não vou te perder...

terça-feira, 8 de março de 2011

A flor da vida (final)

As vezes as pessoas agem de forma vegetativa...
Muitos vasos vazios a procura de uma flor, buscam sentidos a deriva dos sentidos.
E se embriagam nas mortais futilidades, gula e sexo, vicios e vaidade.
Cheios de si, vivendo suas ilusões banais, seu castelo de cartas que facilmente se desfará.
E se consomem com flores temporais, fazendo de sua vida mera distração.
E onde chegam assim? ao bar mais próximo? ao riso fácil?
Disfarçando as rachaduras em seu vaso enquanto a flor murcha por dentro...

"Entre garota, pegue um charuto, você vai longe ,vai voar alto você nunca morrerá
Vai conseguir isto se tentar. Eles vão amá-la"
"Você é a menina mais incrível que conheço, minha amiga! a propósito qual seu nome?"
As pessoas que regam a flor são chatas, só ficam jogando água.
Quanto tempo até a flor morrer ou o vaso não suportar?
Por Baltazar Dias, Arthur Dias e David Gilmour.

segunda-feira, 7 de março de 2011

O tédio de existir.

Acordando com o barulho da chuva na janela. Pensando que poderia ser o sol em seu rosto.
Se arruma e vai para a rua. Pensando que poderia estar em seu carro.
Ainda não sabe bem onde ir. Pensando que poderia ir a qualquer lugar.
Olha seu celular para ver a hora. Pensando que poderia ter uma chamada não atendida.
Decide voltar para casa. Pensando que poderia ter alguém lá.
Faz uma ligação que acaba em caixa postal. Pensando que poderia ouvir sua voz.
Volta para o sofá. Pensando que poderia estar tocando violão novamente.
Tenta escrever algo. Pensando que poderia fazer alguém entender por ele.
Fecha os olhos tentando ver alguma coisa. Pensando que poderia estar em outro lugar.
Cai no sono. Pensando que poderia sonhar com algo bom.
Acordando com o barulho da chuva na janela. Pensando que poderia ser seu coração.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Epílogo de um longo prólogo.

Sim, errei, fiz sangrar até secar as veias, como um vampiro se alimenta de sua presa.
Sim, errei, tentei fazer melhor e acabei tornando mais acabado ainda.
Sim, errei, fui injusto muitas vezes, mas nunca infiel ou falso.
Sim, errei, desperdicei algo que tinha valor inacumulável, mas que estava sujeito a desvaler.
Sim, errei, quem não erra para aprender, você sabe do que estou falando né?
Tentei um ultimo tiro, quis trazer de volta algo enterrado,
mas jurei que ainda ouvir bater um coração.
Odiar parece mais fácil, talvez eu realmente mereça...
Mas estou aqui, não quero pegar o caminho mais fácil,  ralando o joelho, batendo de cara na pedra,
caindo no chão e me arrastando... porque sei que no final disso existe algo que vale a pena,
um lugar que já estive a muito tempo atrás, e que quero voltar, não pra compra-lo,
mas para ter um lugar que eu possa dizer "de todo mundo, é aqui que me sinto bem..."
Não, não sei se estou errando novamente, mas se errar, dessa vez foi tentando acertar.

terça-feira, 1 de março de 2011

Billy e seu leão.

Billy era um garoto consideravelmente incomum. Sempre teve suas manias, gostos diferentes influenciados pelo fato de ter um nervosismo incomum. Na escola ele evidenciava isso, quando todos pareciam estranhamente normais demais. Ele sempre andava com um leão, que todos admiravam, um chaveiro, isso fazia sucesso com as garotas. Mas a medida que foi ficando mais velho ele viu uma menina com um leão como o dele. E seus amigos lhe mostravam isso, mas ele não aceitava. Achava que seu acessório era único, e ela só mais uma garota a admirá-lo. Até que ele cedeu a essa proximidade, e eles trocaram de leões, durante aproximadamente 10 meses, em meio a chuvas e poeira, os leões foram se desgastando, ele por valorizar o seu, decidiu prezar pela beleza de seu leão e partiu, a garota ficou só e com seu leão ainda intacto.
Ela saiu com seu leão, fez algumas mudanças, e o exibiu. Aquilo deixou Billy irritado, era com se ela o estivesse desvalorizando, algo tão próximo a beleza do seu. E todos comentavam a constante batalha silenciosa entre os acessórios, foi então que Billy quis provar para si uma certa superioridade, encarando novamente a adversária, e sim, aos olhos espectadores ele a venceu, mas em sua cabeça amarga uma terrível derrota.
Percebendo isso, foi a hora de perceber que de nada vale a pena ter um símbolo deslumbrante e deixá-lo fechado a todos, e voltou para sua "rival", em meio a conversas ele reparou que o leão que ela segurava na verdade era o seu, e que jamais haviam devolvido um ao outro.