sábado, 15 de fevereiro de 2014

#...1

Eis que abro o olho...
Acordo com o som da chuva, parecia a mesma da noite anterior.
Um daqueles dias que simplesmente não dá pra se levantar de uma vez.
Quanto mais a cabeça começa à funcionar normalmente, mais ela vai ficando pesada...
Tantas coisas foram pensadas e agora chegamos à beira do abismo, e olhamos para baixo.
Nosso reflexo... Mostrando que nunca chegamos lá.
Fazemos planos,
mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá....
Tem dias que a gente só acorda e pensa:
foda-se... talvez eu só devesse bater uma, fumar um cigarro e voltar pra cama....
Se o mundo fosse justo, chuva só cairia nas madrugadas de segunda à quinta,
e domingos de manhã cedo e começo da tarde
(jogar aquela pelada na chuva, e reservar a sagrada sexta e o sábado...).
O quão parece simples acordar e fazer o que se gosta...
Outro dia na fábrica de sonhos.
Uma cama fria é só a espera de algo pra confortar e aquecer.
Uns colecionam travesseiros,
outros canibais preferem pele humana. Quente. Viva...
Acordei com a cama fria, as paredes, o lençol, cobertor...
O gosto amargo da solidão na boca.
Sem vontade de acordar, sem vontade de dormir...

sábado, 9 de junho de 2012

Entre amigos, só mais um encontro.
Rimos nossas alegrias ébrias durante a noite.
Pequenos gestos, grandes palavras e sutis toques.
No fim da conta quase todos vão para o mesmo lugar amistoso.
Deitamos como se o quarto vazio fosse preenchido centímetro a centímetro.
Nos confundimos, nos trocamos, nos tragamos, nos deixamos, nos permitimos.
Cuidei de tocá-la como se desatasse um nó, e estudando cada detalhe de um livro.
Falamos como se o infinito fosse próximo, tanto que não é preciso pressa para mais nada.
Cresce uma proximidade, ficamos tão próximos que é preciso observar
quem é quem afinal.
Adormece em mim com a leveza de que se lança no ar, cai profundamente,
serena e insensata.
Acontece...ainda incrédulo lembro daquela imagem que como um quadro desenhei,
mentalmente.
Impulso, vontade... passa... deveria ter passado já... só mais uma boa lembrança... ...?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

How does it feel...


Como você se sente? olho daqui de baixo você ai crucificado por defender seus pensamentos.
Vale a pena se firmar tanto em si mesmo? sei lá... ninguém nunca realmente entende, ou
a gente mesmo fica tão cego que não enxergamos que estamos fazendo já besteira?
Alguns avisam, dizem "não faça isso que você só vai se ferrar", outros jogam pedras que
você sente, tenta ignorar mas sente. Daí você tem uma visão que acredita tanto ser
verdadeira que vai  até o fim... Bem acabou dessa forma.
Como você se sente? quando começou parecia tão natural, tão tranquilo e agora isso..
Amigo traído, tentado, abandonado... foi assim?
Agora muitos falam por ti hoje em dia, mas permaneces em silêncio... será que é isso?
o melhor é ficar calado mesmo?
...

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Criando um grupo.

Surgiu a ideia de criar um grupo no facebook... talvez só mais um grupo, talvez
um lugar para bater um papo honesto em meio a tantos disfarces...
Surgiram sugestões de nomes como: Entre silêncios e gemidos, Livre e Restrito etc...
O que me alegra é saber que não sou o único que sente falta de poder
expressar por entre palavras nuas, despido de qualquer pudor ou censura
o que quer que seja.
Sim, hoje temos nossa liberdade de expressão garantida constitucionalmente,
mas será que temos liberdade ética e moral pra sermos nós mesmos?
É confuso, muitas vezes nem nós mesmo nos reconhecemos, que dirá quem
está por fora...
Um palavrão, uma atitude impulsiva, uma roupa mais curta, um cigarro ou
uma bebida. O problema é encontrar na sociedade muitos juízes e poucos
dispostos a sentar no banco dos réus.
E por que eu deveria ter de escolher entre ser condenador ou condenado?
Quero deixar um pouco o dever de lado e usufruir mais dos meus direitos,
Sem ser responsável ou irresponsável, apenas ser eu mesmo...
Posso?

sábado, 26 de maio de 2012

Eu fumava aquele que deveria ser o ultimo cigarro da noite antes de ir dormir,
enquanto ouvia uma musica e tentava não pensar em muita coisa meu celular tocou.
Era uma garota que a um tempo vinhamos conversando, ela elogia as coisas que
escrevia e todo mundo sabe o quanto o homem é vítima do seu próprio ego.
Eu não sabia seu sobrenome ao certo e duvido que ela soubesse qual o mês
do meu aniversário, apenas nos demos bem em algum instante quando nos
conhecemos pela internet.
No começo as formalidades de "oi, tudo bem? o que cê tá fazendo?..." até que
finalmente ela pergunta se pode passar na minha casa pra gente beber algo e conversar,
"claro..." por que não?.
Bem... 20 minutos depois ela bate a campainha, desço pra atender a porta e a vejo,
estava realmente linda, ou melhor dizendo, encantadora. É incrível como certas mulheres
tem esse poder de se transformarem apenas penteando o cabelo para o outro lado ou
mudando a cor do batom.
Entramos, subimos a escada e fomos para minha sacada.
Acho que deve existir uma equação de proporcionalidade inversa entre o vinho e o pudor.
Após restarem apenas uns dois dedos da garrafa já estávamos surdos o suficiente para só
conseguirmos falar ao pé do ouvido um do outro.
Aquele sussurro que esquenta a orelha seguido de uma língua que acaricia o lóbulo.
As unhas sendo cravadas na nuca chegando quase sem querer e logo chamando a atenção
do corpo inteiro, que responde ao chamado.
Minha intenção não é narrar um conto erótico então bastam esses detalhes.
O que me intriga é que passados alguns minutos, horas e dias... é como se fôssemos
completos estranhos.
Incapazes de marcar uma tarde pra passear no parque, ir ao cinema, almoçar juntos.
E eu achava que o ápice da intimidade era a relação sexual.
Antes eu tivesse meus 15 anos e me deparasse com situações desse tipo,
iria provavelmente contar para meus amigos com orgulho como se tivesse zerado um jogo
muito difícil ou feito um gol na partida final dos jogos internos do colégio.
Muitas pessoas estranham, acham que eu só sei reclamar, que sou um velho precoce ranzinza.
Talvez seja verdade, mas acho que no século XXI o sexo é superestimado,
quase deixa de ser uma questão de "quem" e passa a ser de "quantos" e "quando".
Esse aumento quantitativo em detrimento do qualitativo é que me fode a cabeça,
me faz as vezes não ver tanta diferença entre uma masturbação e transar com uma garota.
Fora que só em pensar que a garota que tenho em meus braços só está assim por ter
ficado entediada de ver televisão, isso já me deixa frustrado.
Tudo bem, você não precisa esperar pelo idiota do príncipe encantando o a pati vadia da
princesa, mas se iremos passar algum momento que seja juntos isso deveria importar.
Deveria importar olhar nos olhos, saber como foi o dia, se você gosta mais de Beatles ou
Rolling Stones.
Afinal se fosse apenas por uma mera necessidade fisiológica todos temos auto-satisfação
ao alcance das mãos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Por que limitar-se?

O lado bom de não ser headbanger ou metaleiro é poder ouvir do St. Anger do Metallica
à Dimmu Borgir e até nu metal sem ninguém me enchendo o saco falando que sou poser.
O lado bom de não ser rockeiro é poder curtir reggae, soul, funk, samba, carimbó e até
os bregas antigos sem ninguém ficar no meu pé.
O lado bom de não ser ateu é não ser visto como um satanista ou as vezes até ir à igreja
com a família seja só pra conhecer a arquitetura.
O lado bom de não ser cachaceiro é poder sair pra baber com os amigos sem aquela coisa
de ficarem esperando que eu fique porre pra fazer todo mundo rir toda vez.
O lado bom de não ser maconheiro é poder escolher a hora que tiver vontade de dar um
pega sem ninguém me chamando de careta.
O lado bom de não querer me limitar a esteriótipos é a minha liberdade de expressão garantida.
Somo animais racionais, não precisamos ficar andando em bando como os outros...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mais uma partida de poker.


Acho que eram 15hrs, eu tava dormindo ainda quando um amigo me ligou pra fazer
alguma coisa no dia mais  entediante da semana, domingo.
Liguei pra um outro amigo, Burno, que é meu vizinho e marcamos de jogar poker na casa dele.
Coloquei algumas musicas no pen drive e peguei uma caixa de som pequena pra levar.
Quando saí de casa Borba, o amigo que tinha me acordado já estava em frente
então fomos comprar uma carteira de cigarro e algumas cervejas antes de chegar na casa do Bruno.
Chegamos e logo armamos a mesa para começar o jogo, ouvindo musica e abrindo
uma por uma as 12 latinhas.
O jogo foi rolando, eu provavelmente estava com sorte, não que eu não saiba jogar com as cartas, mas aquilo era mesmo só pra passar o tempo.
Apostamos 3 reais cada um, divididos em 3 cores de fichas, e a essa altura eu já concentrava grande parte delas. Burno ficou sem mais fichas e pegou mais 2$, Borba logo depois também ficou sem fichas, então sobraram Burno e eu.
Eu continuei ganhando e estávamos rindo e tirando barato um com o outro, principalmente com Borba, ele tem alguma coisa... sei lá não lida muito bem com isso, já tinha percebido antes que ele não aceita muito bem se sentir por baixo. Então ele colocou uma certa pilha pra que apostássemos tudo em uma única jogada, All In.
Eu não queria arriscar perder tudo às cegas, qualquer jogador não é tão idiota ao ponto
de apostar tudo o que vem ganhando em uma única jogada com uma pessoa com bem
menos fichas que você, mas como disse, Borba insistiu para que a jogada fosse feita.
Talvez ele tenha ficado com raiva da forma como nós ficamos tirando barato com a derrota dele, e eu não queria perder, mas ele estava me enchendo o saco, por pouco eu não fiquei realmente puto.
De forma que no fim das contas eu pensei "ah foda-se, é só um joguinho,
estamos apostando três reais, eu não tô aqui pra ganhar dinheiro mesmo" e assim aconteceu. Perdi a última jogada e todas as fichas que tinha ganhado até então, dessa forma Borba riu.
Riu bastante, sei lá soava quase como um êxtase.
Não consegui disfarçar  muito bem o quanto eu tinha ficado puto em perder o jogo,
só pra não demonstrar o quanto eu realmente estava de saco cheio daquela "disputa" idiota que já parecia pessoal.
No fim de tudo saímos rindo e fomos pra casa quase embriagados e sorridentes.
Mais uma vez o poker me ensina alguma lição, as vezes o mérito vale mais que a vitória em si, por mais que apenas você sinta ou saiba disso.
Talvez eu seja só um egocêntrico idiota que não saiba perder também, espero descobrir antes que todos saibam.