sábado, 26 de maio de 2012

Eu fumava aquele que deveria ser o ultimo cigarro da noite antes de ir dormir,
enquanto ouvia uma musica e tentava não pensar em muita coisa meu celular tocou.
Era uma garota que a um tempo vinhamos conversando, ela elogia as coisas que
escrevia e todo mundo sabe o quanto o homem é vítima do seu próprio ego.
Eu não sabia seu sobrenome ao certo e duvido que ela soubesse qual o mês
do meu aniversário, apenas nos demos bem em algum instante quando nos
conhecemos pela internet.
No começo as formalidades de "oi, tudo bem? o que cê tá fazendo?..." até que
finalmente ela pergunta se pode passar na minha casa pra gente beber algo e conversar,
"claro..." por que não?.
Bem... 20 minutos depois ela bate a campainha, desço pra atender a porta e a vejo,
estava realmente linda, ou melhor dizendo, encantadora. É incrível como certas mulheres
tem esse poder de se transformarem apenas penteando o cabelo para o outro lado ou
mudando a cor do batom.
Entramos, subimos a escada e fomos para minha sacada.
Acho que deve existir uma equação de proporcionalidade inversa entre o vinho e o pudor.
Após restarem apenas uns dois dedos da garrafa já estávamos surdos o suficiente para só
conseguirmos falar ao pé do ouvido um do outro.
Aquele sussurro que esquenta a orelha seguido de uma língua que acaricia o lóbulo.
As unhas sendo cravadas na nuca chegando quase sem querer e logo chamando a atenção
do corpo inteiro, que responde ao chamado.
Minha intenção não é narrar um conto erótico então bastam esses detalhes.
O que me intriga é que passados alguns minutos, horas e dias... é como se fôssemos
completos estranhos.
Incapazes de marcar uma tarde pra passear no parque, ir ao cinema, almoçar juntos.
E eu achava que o ápice da intimidade era a relação sexual.
Antes eu tivesse meus 15 anos e me deparasse com situações desse tipo,
iria provavelmente contar para meus amigos com orgulho como se tivesse zerado um jogo
muito difícil ou feito um gol na partida final dos jogos internos do colégio.
Muitas pessoas estranham, acham que eu só sei reclamar, que sou um velho precoce ranzinza.
Talvez seja verdade, mas acho que no século XXI o sexo é superestimado,
quase deixa de ser uma questão de "quem" e passa a ser de "quantos" e "quando".
Esse aumento quantitativo em detrimento do qualitativo é que me fode a cabeça,
me faz as vezes não ver tanta diferença entre uma masturbação e transar com uma garota.
Fora que só em pensar que a garota que tenho em meus braços só está assim por ter
ficado entediada de ver televisão, isso já me deixa frustrado.
Tudo bem, você não precisa esperar pelo idiota do príncipe encantando o a pati vadia da
princesa, mas se iremos passar algum momento que seja juntos isso deveria importar.
Deveria importar olhar nos olhos, saber como foi o dia, se você gosta mais de Beatles ou
Rolling Stones.
Afinal se fosse apenas por uma mera necessidade fisiológica todos temos auto-satisfação
ao alcance das mãos.

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