terça-feira, 12 de julho de 2011

Férias de mim.

Peguei a estrada, tava de saco-cheio dessa casa, de cada móvel no lugar,
os mesmos quadros, os mesmos livros, as mesmas músicas, objetos,
tudo como sempre foi e exatamente no mesmo lugar.
O tédio da calma que essa casa me traz, tudo onde deveria estar,
onde eu quis que estivesse.
Na tv as mesmas notícias, tragédias à venda, risos breves, promessas fantasiosas,
mais um fim do mundo premedidato.
No rádio a mesma companhia ausente, as coisas que eu não quero ouvir,
o jogo que não me importa.
Na internet viajar, conhecer, descobrir, desvendar, divertir, se relacionar
sentado na mesma velha cadeira sozinho no quarto.
Cansei de pensar sobre a vida, de falar de amor, beber coca-cola, jogar video-game,
me masturbar, decidi pegar a estrada.
Essa não é uma carta de despedida, aqui não é o meu lugar, não me limitarei à
quatro paredes mal pintadas e um colchão macio.
Quero ir atrás do que me agrada, e das coisas que nem gosto, encontrar um lugar legal
ou que eu nunca mais queira voltar, talvez eu queira me encontrar ou nem me reconhecer,
me machucar ou me curar, achar a pessoa certa ou me perder com as erradas.
Se não achar o caminho de volta, se no fim das contas não der em nada, não importa,
o que não vale à pena pra mim é ficar contando carneirinhos pra tentar dormir.
Essa não é uma carta de despedida, eu só peguei a minha estrada, vou esquecer
ou lembrar, mas sobre tudo viver.

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