quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Acordar


Lá estava, lendo algo sobre se encontrar é se perder em alguém.
Eu estive perdido, em mim mesmo.
Em meus pensamentos que tomavam o controle quando eu preferia ficar quieto.
Deixei as coisas passarem enquanto me tornava cada vez mais abstrato.
Vi aqueles rosto felizes e tristes... por que essa mudança de humor tão acelerada?
Comecei a me questionar sobre o que eu era, sobre o que sou ou o que serei.
Não que eu tenha uma resposta pra isso, só precisei conversar comigo mesmo.
E nem precisei buscar explicação, só precisei me perguntar umas coisas.
Não cortei o cabelo nem comprei roupas novas.
Sei lá, resolvi acordar, resolvi simplesmente acordar.
Sai de casa e fui dar uma volta na praia e deixei a porta aberta.
Respirei o ar e sujei os pés na areia, andei de olhos fechados e ri sozinho.
Quando voltei os móveis ainda estavam lá, tudo no mesmo lugar.
Era eu, eu tinha mudado, não era mais o mesmo que saiu pela porta antes.
Decidi me levantar do canto da sala e me levar pra viver.
Mudei o modo de ver as coisas que passavam diante dos meus olhos.
Isso fez toda a diferença.
Não adianta querer matar ou criar algo novo pra me sentir feliz.
Bastou transformar, como um boneco de massinha que me permita dar
a ele várias formas, eu virei de repente um boneco de massinha.
Moldado por mim mesmo, com base no que via e no que sentia.
O amor verdadeiro se tornava a paz que sentia dentro de mim.
Decidi tirar as pedras que iria atirar no cachorro que se aproximava
e decidi apostar corrida com ele.
Decidi não pegar o guarda-chuva e fui tomar um banho ao ar livre.
Decidi não agradecer por estar vivo e quis viver.
Eu tenho essa vida e a usarei para crescer, quem eu era antes já nem consigo lembrar.
Que as noites permitam que eu me sinta caindo no chão em segurança.
As luzes se apagam, só eu e minha alma nova.

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