sábado, 26 de fevereiro de 2011

Crônica sobre Luiz e o carro.

Hoje eu acordei nas nuvens. Tudo estava frio e vazio, as paredes, minha cabeça... naturalmente ainda não havia acordado. Procurei onde estavas, mas tinhas saído, estava mais uma vez só em casa.
Fui então tomar café e um cigarro. Liguei o notebook, para sentir que estava próximo de algo, ou alguém, e ouvi música.
"Carolina drama". Minhas mãos frias, mais do que comum, minha cabeça em fim havia acordado, e como eu queria que ela ainda estivesse dormindo...
Comecei a sentir uma fúria, angústia de não estar, gritei para ouvir a mim mesmo, cantei para mim, toquei violão para mim, fechei os olhos para mim.
Sim, ninguém. Chorei, nem ao menos sabia como era isso, tanto tempo não sentia uma sequer lágrima escorrer. Liguei para ela, contei que não sabia onde estava, fui a tua procura, mas não o havia encontrado, ela disse para eu me acalmar, pois estava ficando nervosa também. Disse para ir embora, voltar, e minha fúria concordava com isso.
Foi então que chegastes, eu ainda com olhos vermelhos ouvi o primeiro som de algo real no dia, aquilo me confortou, mas eu não estava tão aliviado. Peguei então um dinheiro para comprar mais cigarros, enquanto queria continuar na solidão, que a poucos instantes me martirizava... algo meio síndrome de Estocolmo. E como eu esperava você veio atrás de mim, como a maioria faz, e me acompanhou como sempre faz.
Compramos o cigarro, e de repente eu quis conversar, mais do que isso, me confessar. Meus pecados, entre lágrimas, a minha falta, minha ausência, pela tua ausência.
E me dizes, não deixe que tua ansiedade te estagne, tenha calma, tudo vai ficar bem. E eu respondo "Mas e agora? agora não está nada bem!", é tenho problemas com ansiedade. No fim confessamos nossos pecados, como padres fumando cigarro e longe da graça divina, naquele momento sentia  o peso da humanidade como nunca. 
A vida sob as rodas, aprendendo a dirigir... o problema está em sair do lugar e mantê-lo andando, depois que se acostuma com as estancadas você dirige com mais calma.
Voltamos para casa... novamente... dormir nas nuvens fabricadas.

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